Dor lombar é muito comum em pessoas de todas as idades e pode se localizar predominantemente na região baixa das costas e nas nádegas ou se estender até as pernas e pés. Os sintomas podem surgir sem causa aparente ou após algum episódio de trauma ou sobrecarga momentânea. A maioria dos pacientes que vivem um episódio de dor lombar intensa se recupera em seis semanas sem intervenção médica, porém uma pequena parcela dos pacientes ainda sentirá dor após 3 meses, desenvolvendo dor lombar crônica. Lombalgia é condição heterogênea e seu comportamento varia de pessoa para pessoa. Assim, cada membro da equipe multiprofissional de saúde (médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas etc.) exerce papel fundamental para orientar os pacientes sobre o problema.
Lombalgia é um sintoma e sua causa exata nem sempre pode ser explicada. A avaliação de indivíduos com dor lombar se inicia por meio de exame clínico detalhado, não devendo ser baseado apenas em estudos de imagem, dado que muitas vezes alterações presentes nas imagens de ressonância magnética não são responsáveis pelos sintomas. Alguns sinais clínicos, entretanto, como perda de força, alterações de sensibilidade nas pernas e pés, dor noturna e alterações súbitas de controle intestinal ou da bexiga devem servir como alerta para investigação mais detalhada.
Na maioria das vezes o tratamento conservador é a melhor opção para dores lombares.
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É importante identificar as posturas de preferência, que são posições que provocam alívio dos sintomas. São exemplos comuns: sentar, deitar ou inclinar o tronco para trás ou para frente na posição em pé. Essas posições podem ser adotadas para alívio dos sintomas, assim como outras mudanças na rotina e estilo de vida.
O fisioterapeuta atua de modo a identificar as posturas de preferência a serem adotadas, compreender os mecanismos que desencadearam os sintomas e orientar a melhor forma de retornar a atividades de vida diária.
Exercícios ativos de fortalecimento, resistência e controle motor são ótimas alternativas no manejo da dor lombar e devem ser encorajados nas diversas fases do tratamento conservador. Os exercícios são individualizados em relação a variações e intensidade, levendo-se em consideração aspectos pessoais como condicionamento físico e objetivos a serem atingidos.
Além disso, é importante detectar alterações de força e resistência, por meio de avaliação funcional, onde o fisioterapeuta utiliza aparelhos e testes específicos para planejar a terapia e facilitar a comunicação com outros profissionais da saúde.
É comum pacientes terem muitas dúvidas na crise de dor lombar. O fisioterapeuta, muitas vezes, é o profissional que faz primeiro contato com o paciente. Dessa forma, é fundamental entender o problema e sugerir mudanças simples de comportamento e de atitudes, de modo a aliviar os sintomas ou evitar o surgimento dor lombar. São exemplos de recomendações fisioterápicas:
Hoje, sabemos que o prognóstico (previsão para o curso de uma doença ou disfunção) para dor lombar é excelente na maioria dos casos. Por isso, independentemente da origem dos sintomas ou dos fatores que contribuíram para o surgimento da dor, é necessário educar o paciente sobre a sua condição, orientando-o a respeito da criação de novos hábitos, bem como a importância de se manter em movimento. Por fim, deve-se reforçar a importância de não supervalorizar exames de imagem e enfatizar que a interpretação da dor e a atitude perante a ela são importantes e influenciam positivamente na melhora dos sintomas
Autora: Isadora Oliveira
Fisioterapeuta certificada em Reabilitação Avançada da Coluna Vertebral pela Universidade de Pittsbugh – EUA.
Mestre em Reabilitação e Desempenho Funcional pela FMRP-USP.
Aluna de Doutorado do Hospital Israelita Albert Einstein.
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