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Osteopenia gera fragilidade dos ossos

Osteopenia é termo médico utilizado para casos de redução da massa óssea, fato que torna os ossos menos resistentes, aumentando o risco de fraturas. Osteopenia é uma condição que pode ocorrer em diferentes fases da vida, por variados motivos, embora seja mais comum em mulheres após a menopausa. Nesse texto abordaremos as principais causas de osteopenia, sintomas, métodos diagnósticos e princípios de tratamento.

Afinal, osteopenia e osteoporose são a mesma coisa?

Não. Embora tanto osteopenia quanto osteoporose sejam termos utilizados para casos de fragilidade óssea, esses denotam estágios diferentes de gravidade. Osteopenia denota menor perda da densidade mineral óssea quando comparada à osteoporose, que é condição mais grave. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) são alarmantes para os riscos de fraturas e suas complicações decorrentes da perda de massa óssea e sua consequente fragilidade.

Diferentes fases do osso: normal, osteopenia e osteoporose (etapa mais grave).

Osteopenia dói? Quais os sintomas de osteopenia?

A perda de massa óssea, por si, não causa dor, porém torna os ossos mais porosos. Ou seja, osteopenia pode ser considerada doença silenciosa, em especial, naqueles indivíduos que não realizam exames periódicos para investigação. Nesses casos o diagnóstico é feito quando ocorre fratura óssea por conta da fragilidade óssea. Existe alguma confusão do público leigo da osteoporose com osteoartrose. Embora os termos sejam, de certa forma, semelhantes, os significados são distintos. Osteoporose diz respeito à perda da consistência do osso, que se torna mais poroso. Já osteoartrose é o envelhecimento da articulação, com desgaste da cartilagem articular. Osteoartrose frequentemente é acompanhada de dor.

Osteopenia não dói. A dor ocorre se o osso frágil fraturar (quebrar).

Quais as fraturas mais comuns em pessoas com osteopenia?

Em indivíduos com osteopenia, as fraturas mais comuns são na coluna vertebral, quadril e punho. Além disso, são frequentes fraturas dos arcos costais (costelas). As fraturas decorrentes de osteopenia ou osteoporose são conhecidas no meio médico por “fraturas de insuficiência” uma vez que os ossos não se tornam capazes de suportar forças externas do cotidiano e acabam por fraturar. Em casos extremos as fraturas ocorrem de forma espontânea, ou seja, sem qualquer trauma.

 

Exemplo de exames para estudo de fraturas na coluna, decorrentes de fragilidade óssea.

Quais exames são necessários para diagnóstico de osteopenia?

O diagnóstico de osteopenia é feito pelo exame de densitometria óssea, que mede a densidade mineral óssea do punho, coluna e quadril. Além disso, exames laboratoriais de sangue são importante para dosagem de hormônios que podem gerar perda de tecido ósseo, além de substância como Cálcio, Sódio, Potássio e outros, que por vezes estão alterados nessas situações. Quando ocorrem fraturas, são solicitados exames específicos para estudo da mesma. nesse caso se fazem necessárias radiografias, tomografia e, por vezes, ressonância magnética.

O exame de densitometria compara a massa óssea do indivíduo com aquela esperada pela média dos indivíduos jovens do mesmo gênero e etnia (T-Score) e também compara com indivíduos da mesma faixa etária (Z-score). Além disso, o exame gera gráfico que mostra de forma clara se o indivíduo está abaixo das referidas médias.

 

Quais as principais causas de osteopenia?

A principal causa de perda de massa óssea é hormonal, em mulheres pós menopausa. Além disso, outros fatores de risco conhecidos são:

  • Tabagismo e alcoolismo
  • Carência nutricional (falta de alimentos ricos em cálcio e vitamina D)
  • Falta de sol ou vitamina D
  • Baixo peso ou estatura
  • Doenças renais, hepáticas ou da tireóide / paratireóide (alteração de glândula localizada no pescoço que regula o metabolismo ósseo),
  • Imobilismo (a falta de estímulo a um membro leva à perda de massa óssea do mesmo).
  • Uso prolongado de medicações como corticóides e anticonvulsivantes
  • Quimioterapia

Como é o tratamento da osteopenia?

Em primeiro lugar é fundamental saber a causa do problema, bem como fatores de cálcio e vitamina D, responsáveis pela reprodução da matriz óssea, pois isso irá direcionar o melhor tratamento. Nem sempre osteopenia é tratada com medicamentos. Inicialmente deve-se dosar vitaminas e hormônios para que se possa entender que tipo de reposição se fará necessária. Porém algumas orientações são básicas e incluem reverter um estilo de vida saudável, como:

  • Realizar atividades físicas com algum impacto para os ossos (musculação, caminhada, pilates, hidroginástica e outros)
  • Dieta rica em cálcio e vitamina D como derivados do leite e verduras escuras
  • Suplementação de cálcio e vitamina D quando dieta não for suficiente
  • Abandonar o cigarro e o álcool

Quando necessários, existem medicamentos capazes de interromper a perda de passa óssea e outros capazes de formar osso. Dentre as medicações são populares os bisfosfonados, amplamente utilizados como medicações iniciais em casos menos graves de osteopenia ou osteoporose.

 

Dr. Alberto Gotfryd

Dr. Alberto Gotfryd é médico brasileiro referência em cirurgia de coluna vertebral. No âmbito acadêmico, possui Mestrado (2008), Doutorado (2012) e Pós Doutorado (2016) pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É autor de mais de 45 publicações científicas em revistas médicas indexadas, escreveu capítulos de livros e ministrou mais de 130 aulas em congressos científicos no Brasil e no exterior.

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  • Excelente artigo! Faço já há algum tempo um tratamento para redução da osteopenia com acompanhamento de exames e os resultados têm se mostrado muito animadores.

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