Fraturas de coluna que necessitam de reparo cirúrgico são raras em partidas de futebol profissional. Conheça o relato da atleta Janaína Queiroz Cavalcante e sua jornada para voltar a jogar profissionalmente.
Sou Janaina Queiroz Cavalcante*, tenho 32 anos e sou atleta profissional de futebol. Sofri fratura na coluna em 2011, quando atuava pelo Santos FC. Nos dias atuais atuo profissionalmente pelo Sporting Clube de Braga em Portugal. Futebol é minha paixão.
Minha lesão não veio em boa hora, pois estava na melhor fase da carreira. Mas entendo que tudo tem um propósito. Esse foi o momento que mais cresci como atleta e minha cabeça mudou completamente.
Foi uma fatalidade, um acidente, o qual nunca esquecerei. Lembro que caí de costas no chão, após lance conhecido como “cama de gato”. Tive muita dor, acredito que o estádio inteiro ouviu meus gritos, quase desmaiei. Fiquei no chão travada e percebi que algo muito ruim tinha acontecido. O carro de ambulância entrou no campo pois eu não conseguia me mexer, parecia que tudo iria sair do lugar. Quando soube da gravidade da lesão fiquei sem chão. Estava prestes a ir para os jogos Pan americanos do México pela seleção brasileira de futebol.
Naquela época eu estava jogando numa equipe muito bem estruturada (Santos FC) e graças a Deus e ao clube tive total suporte para minha cirurgia e recuperação. Logo após a cirurgia com equipe do Dr. Alberto Gotfryd, iniciei fisioterapia com ótimos profissionais. Isso certamente facilitou muito minha recuperação. Por fim, foi fundamental meu esforço pessoal. Acredito que por esses motivos a recuperação tenha sido rápida .
Não esqueçam que para uma boa recuperação o atleta precisa estar com a cabeça boa. Eu digo que 80% da recuperação depende do psicológico do atleta.
Nunca deixei de jogar futebol. Minha lesão ocorreu há 8 anos e até hoje, aos 32 anos, ainda pratico futebol profissional. No começo, a adaptação foi estranha. Mas procurei sempre fortalecer a musculatura abdominal. Em algumas situações, como jogos muito intensos ou campo sintéticos, sinto um pouco de desconforto na região lombar no dia seguinte, mas nada muito importante.
Primeiramente, ter muita paciência e jamais perder o ânimo. É um processo doloroso. As dores irão existir na fase de recuperação. Não esqueçam que para uma boa recuperação o atleta precisa estar com a cabeça boa. Eu digo que 80% da recuperação depende do psicológico do atleta.
*Nota 1: A divulgação dessa entrevista foi expressamente autorizada pela jogadora profissional Janaína Queiroz Cavalcante. Sua lesão e cirurgia foram noticiadas na mídia e são consideradas de domínio público.
**Nota 2: Esse caso foi publicado cientificamente em periódico médico devido à sua raridade. Veja abaixo resumo da publicação científica. CLIQUE AQUI para acessar o estudo na íntegra ( PDF gratuito online).
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