Espondiloartrose: degeneração da coluna vertebral
Espondiloartrose significa desgaste da coluna. Trata-se de termo amplo e abrangente para diversos tipos de desgastes, como envelhecimento dos discos e das articulações intervertebrais. A maioria as pessoas, apresentará algum grau de degeneração da coluna ao longo da vida. Nesse texto, você entenderá as causas de espondiloartrose, sintomas, diagnóstico e princípios do tratamento.
Espondiloartrose, espondilose e espondilodiscartrose são termos utilizados para descrever degeneração (desgaste da coluna). O envelhecimento pode acontecer em diferentes faixas etárias, porém é mais comum em idosos. Todos os segmentos da coluna (cervical, dorsal ou coluna lombar) podem desgastar e, para cada um deles, são esperados sintomas diferentes.
A degeneração da coluna também pode envelhecer precocemente por outras causas como doenças inflamatórias, trauma e cargas excessivas repetitivas. Por fim, o termo é amplo e abrange diversos tipos de problemas e sintomas. Nesse texto você encontrará as principais informações para entender como esse problema afeta a qualidade de vida dos indivíduos.
Quais estruturas podem gastar na coluna, gerando artrose?
Durante o processo de envelhecimento, algumas estruturas são inicialmente afetadas, gerando consequências em cascata. Dentre elas, os discos intervertebrais possuem papel central na origem da espondiloartrose. Os discos intervertebrais possuem papel importante na absorção de impacto e na estabilidade da coluna. O desgaste do disco intervertebral se inicia com a perda de líquido do seu interior – desidratação discal – que gera menor elasticidade e, consequentemente, o torna mais frágil e vulnerável a lesões.
Como consequência à degeneração do disco intervertebral, as articulações zigoapofisárias (ou simplesmente as “juntas” entre as vértebras) passam a ser sobrecarregadas, de modo que se inicia processo inflamatório local, com inflamação articular (sinovite) e afrouxamento das mesas, predispondo a espondilolistese degenerativa. As articulações são revestidas por fina cartilagem articular, que quando saudável é lisa permitindo deslizar harmônico de uma vértebra sobre a outra. Porém, o desgaste torna tais superfícies rugosas, promovendo atrito entre elas, fato que provoca infamação e dor, estalos oiu sensação de “areia nas articulações”.
Por fim, desgastes mais avançados podem alterar o alinhamento da coluna, tanto vista de frente (escoliose) quanto de lado (hipercifose). Além disso, pode haver formação de osteófitos (bicos de papagaio) dentro do canal vertebral, promovendo sintomas neurológicos (caibras, choque e formigamento), além de e dor irradiada para braços e pernas. Qualquer articulação pode apresentar bicos de papagaio, sendo a coluna, local bastante comum para a formação dessas proeminências ósseas.
Quais são os sintomas de espondiloartrose?
O principal sintoma de espondiloartrose é dor nas costas, podendo acometer parte cervical, torácica ou região lombar. Tipicamente, os sintomas se iniciam logo pela manhã e melhoram ao longo do dia. Entretanto, quando a artrose leva à formação de osteófitos (bicos de papagaio) projetados no interior do cana vertebral (parte da coluna que abriga os nervos) sintomas neurológicos podem ocorrer.
Os sintomas neurológicos compressivos mais comuns são dores irradiadas para os braços ou para as pernas, choque, formigamento e perda de força. Espondiloartrose pode limitar significativamente a qualidade de vida do paciente.
Quais as principais causas de espondiloartrose?
Desgaste das articulações da coluna podem ocorrer por diversos motivos, não apenas idade avançada. Dentre os principais fatores de risco para espondiloartrose, podemos citar:
- Predisposição genética: algumas pessoas desgastam as coluna mais cedo do que outras, sem que isso tenha relação com hábitos de vida.
- Trauma na coluna como fraturas com desalinhamento vertebral. Nesses casos, o desalinhamento da coluna ou lesões de cartilagem, por exemplo, aumentam o risco de desenvolver desgaste prematuro da coluna.
- Excesso de peso: obesidade, associado a fraqueza muscular fazem com que exista sobrecarga mecânica na coluna e desgaste.
- Tabagismo: sim, o cigarro acelera a degeneração do disco, que pode ser considerado estágio inicial da espondiloartrose. A desidratação do disco é considerada por alguns como o marco inicial da cascata degenerativa da coluna vertebral.
- Esforços repetitivos com carga, como executado por trabalhadores braçais.
- Doenças inflamatórias / reumatológicas: algumas doenças como artrite reumatóide ou espondilite anquilosante causam destruição articular precoce, sendo causas da espondiloartrose.
Como é feito diagnóstico de espondiloartrose?
O diagnóstico de espondiloartrose é feito com base na história clínica (parte da consulta médica em que o paciente responde perguntas feitas pelo médico como características da dor, intensidade, fatores de melhora e de piora, uso de medicações, tratamentos pregressos e é seguida de exame físico (parte da consulta em que o médico executa manobras e testes clínicos).
Por fim exames de imagem, como radiografias e ressonância magnética são suficientes para detectar desgastes na coluna que confirmam o problema. Radiografias simples são úteis para avaliação de desvios de eixo como escoliose ou hipercifose, além de escorregamentos vertebrais como na espondilolistese. Já ressonância magnética é exame mais detalhado, capaz de mostrar com precisão os discos, estruturas neurais, ligamentos, músculo e cartilagem articular.
Qual tratamento da espondiloartrose?
Casos de espondiloartrose são tratados, na sua maioria, sem cirurgia, por meio de terapias não cirúrgicas como fisioterapia aquática ou terrestre. Fisioterapia é termo amplo e abrange grande quantidade de tratamentos distintos, porém com finalidades básicas de controle da dor, mobilidade e ganho de estabilidade articular. Existem diferentes fases e indicações de protocolos de reabilitação de acordo com fase da doença, sintomas associados e características pessoais, além do desejo e preferências de cada paciente. Medicações analgésicas, anti inflamatórios ou relaxantes musculares são opções para controle da dor.
O uso de medicações deve ser realizado com parcimônia, em especial em idosos. O motivo é que, sabidamente, idosos estão mais vulneráveis aos efeitos colaterais de certos tipos de medicamentos como anti inflamatórios (que podem causar sérias complicações renais e gastrointestinais) e opioides (que podem aumentar risco de quedas, além de aumentarem o risco de obstipação e também causarem dependência. Nesse cenários, a escolha de algum medicamento fitoterápico pode ajudar, em especial, se longos períodos de uso de medicações se fizerem necessários.
A maior parte dos desgastes da coluna (espondiloartrose) é tratada sem cirurgia.
Passada fase dolorosa, deve-se estimular prática de atividades físicas que, sabidamente, serão opções de tratamento importantes para minimizar surgimentos de novas crises dolorosas. A escolha da modalidade deve levar em conta vários fatores como preferência pessoal, limitações físicas como doenças cardiovasculares ou doenças ortopédicas associadas como artrose de joelho ou de quadril.
Em casos selecionados podem ser necessárias infiltrações (bloqueios) na coluna. O principal motivo para uso de bloqueios na coluna é melhora da dor, permitindo que atividades destinadas a fortalecimento muscular possam ser realizadas de forma contínua.
Cirurgias raramente são indicadas, sendo reservadas para casos de instabilidade mecânica associada (espondilolistese) ou estenose do canal vertebral promovendo sintomas neurológicos.
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